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sexta-feira, 27 de abril de 2018

Resenha do livro A Culpa é das Estrelas

Nome do livro: A culpa é das estrelas 
Nome do autor: John Green 
Editora: Intrínsica  
Sinopse: Hazel é uma paciente terminal. Ainda que, por um milagre da medicina, seu tumor tenha encolhido bastante — o que lhe dá a promessa de viver mais alguns anos —, o último capítulo de sua história foi escrito no momento do diagnóstico. Mas em todo bom enredo há uma reviravolta, e a de Hazel se chama Augustus Waters, um garoto bonito que certo dia aparece no Grupo de Apoio a Crianças com Câncer. Juntos, os dois vão preencher o pequeno infinito das páginas em branco de suas vidas. 

Menina, deixa eu te contar! Admito que tive que reler o livro para fazer a resenha, pois já não me lembrava de muita coisa sobre ele. Quando o li pela primeira vez minhas expectativas estavam bastante altas; embora ainda não fosse aquela época de febre do livro, eu já havia ouvido falar sobre ele em algum lugar. 
Acontece que como em todos os livros do senhor João Verde (aka John Green) que eu já li, o começo é completamente chato e desnecessário, quase como se todas as informações dadas nas primeiras páginas fossem dispensáveis. Mas, claro, diferente de em Quem é Você, Alasca (logo terá resenha do livro aqui no blog, também!), o começo de A culpa é das Estrelas não é tão entediante assim. Mas, como eu disse, dispensável. 
A história começa quando Hazel, personagem principal e que sofre de um câncer na tireoide que atingiu os pulmões, começa a frequentar um grupo de apoio onde conhece o Augustus. Depois disso, ela sofre uma luta interna decidindo se vai ou não deixá-lo por perto quando se descobre apaixonada, já que Hazel se vê como uma granada e não quer machucar mais pessoas que o necessário quando "explodir". O livro só começa a ficar interessante a partir do final do capítulo 5, mais ou menos. Porém, a partir dali, não fica nada de extraordinário. É um livro bacana. Só isso. 
A escrita do John Green não é algo que me agrade, na verdade. Acho ela superficial demais, banal demais e um pouco tosca demais. Desculpa a sinceridade, mas tenho standarts altos aqui (risos). Mas em defesa do autor, vale ressaltar que ficção juvenil não é meu gênero favorito para ler, então talvez isso explique o motivo de eu não gostar dos livros dele.
Depois de um tempo de narrativa, volta a ser entediante e você pensa que uma criança de 5 anos poderia ter escrito aquele diálogo. E então, termina de um jeito arrasador (isso foi um elogio). Não sei dizer ao certo se a decepção que senti da primeira vez em que li A Culpa É das Estrelas por esperar muito do livro tenha afetado minha experiência de leitura, mas não me lembro de emocionar tanto quanto agora quando cheguei ao final do livro.
Outra coisa que me chamou a atenção foi a maneira como o autor distribuiu os capítulos. Começam grandes, e logo ficam mais curtos, e acho que talvez isso tenha sido proposital para se encaixar com o acontecimento final da história. Era quase como se no começo tivesse muito o que contar, e então, de repente, tudo perde o sentido e nada mais merece tanta importância assim. Foi um ponto positivo que me agradou.
O final, embora surpreendente, não me surpreendeu, na verdade. Quando iniciei a leitura, não pensei no que esperar. Não imaginei um final, como as outras pessoas. Então não foi necessariamente um plot twist para mim. Acho que foi mais como uma descoberta ao invés de uma surpresa em si. Mas, devo admitir, a escolha do autor em fugir do óbvio foi bastante inteligente e interessante. Viu só? Não tenho só coisas ruins para falar sobre o João!
CUIDADO! SPOILER!!!! 
Menina, e o que é o Augustus fazendo um piquenique todo com o tema da Holanda para anunciar a ida deles a Amsterdã??? Foi depois daquele trecho que comecei a me interessar mais pelo livro, para ser sincera. Antes disso, Augustus e Hazel só flertavam de um jeito atirado e superficial demais, eu acho. Não sei dizer, mas o jeito que eles conversavam chegava a me incomodar. Não era natural, para ser sincera. Quando Augustus começa a ficar mais romântico e menos ousado, acho que suavizou as coisas para mim (THANKS GOD!). 

Peter Van Houten 

A sacada de colocar um livro e autor fictício no enredo foi genial. Eu juro que fiquei morrendo de vontade de ler Uma Aflição Imperial, e para ser sincera (não me odeiem, por favor), me pareceu muito mais interessante do que o livro em si. Talvez o John devesse pensar em escrevê-lo algum dia. 
E em um paradoxo que blew my mind (fez minha cabeça explodir!), o Peter Van Houten escreve melhor do que o John Green mesmo que os dois sejam a mesma pessoa!!???!! 
Os trechos das cartas dele para Hazel e Augustus (tá, admito que tem umas partes beeem chatas e que nos faz pensar que Van Houten é mesmo um velho chato como ele prova ser) são muito mais elaborados do que os trechos do próprio livro. Talvez tenha sido proposital, afinal. Mas achei que o autor deveria ter poupado um pouco para a sua obra, que acaba sendo bastante pobre em trechos de tirar o fôlego (meus favoritos). 
Outra coisa que achei genial (tipo, genial mesmo!), é o fato de o livro Uma Aflição Imperial acabar no meio de uma frase. A ideia foi muito inteligente, que até chega a tornar o autor um tanto quanto sagaz. Assim como Hazel, também interpretei o final inacabado como se Anna estivesse doente demais para continuar ou então que ela tivesse morrido. Se A Culpa É das Estrelas terminasse assim eu ficaria tipo: U-A-U!!!! Foi uma pena Green não ter usado a ideia em sua própria obra.

Capa e título do livro

Da primeira vez em que li o livro, não me atentei ao trecho em que o nome da obra é citado. Até pouco tempo atrás ainda me perguntava por que diabos o nome do livro era "A culpa é das Estrelas". Oi? Por que raios as estrelas têm culpa?
Então, nessa segunda leitura, me deparei com a carta de Van Houten onde ele fala sobre a natureza das estrelas ser elas se cruzarem entre si. Logo, se algo não é da forma que gostaríamos que fosse, a culpa é das estrelas por estarem cruzadas umas com as outras. Ele até faz uma alusão a Shakespeare, dizendo que o mesmo está errado quando seu personagem Cássio diz a Bruto que a culpa não é das nossas estrelas (nesse parágrafo, o autor está se referindo à obra de William Shakespeare "Júlio César").
De um primeiro momento, quando você lê o título, depois de ficar confuso sobre o que o livro se trata, é possível entender que o autor quis dizer que a culpa de certas coisas que não podem ser mudadas vem de uma força maior, como o universo, por exemplo. Não sei se o título me agrada, mas achei importante o trecho que se refere a ele dentro do livro.
Agora, falando sobre a capa, eu AMO esse tom de azul que foi escolhido. Talvez se ao invés de nuvens tivessem algumas estrelas pendendo pelas letras, seria mais interessante e bonito. Mas como um todo, pode-se dizer que é uma capa bonita.

Passagens favoritas 

Enquanto a maré banhava a areia da praia, o Homem das Tulipas Holandês contemplava o oceano: 
— Juntadora treplicadora envenenadora ocultadora reveladora. Repare nela, subindo e descendo, levando tudo consigo. 
— O que é? — Anna perguntou 
— A água — respondeu o holandês. — Bem, e as horas.
                                            PETER VAN HOUTEN, Uma aflição imperial 

 Às vezes, as pessoas não têm noção das promessas que estão fazendo no momento em que as fazem  falei. 
Pág. 61 

 Esse é o problema da dor  o Augustus disse, e aí olhou para mim.  Ela precisa ser sentida. 
Pág. 63 

Enquanto ele lia, me apaixonei do mesmo jeito que alguém cai no sono: gradativamente e de repente, de uma hora para outra. 
Pág. 118


 A luz do sol nascente forte demais em seus olhos que perecem  ele disse, citando Uma Aflição Imperial.  
Pág. 138

O sol era uma criança pequena se recusando terminantemente a ir para a cama: já eram mais de oito e meia da noite e o céu ainda estava claro. 
 Pág. 153 
 (...). A tristeza não nos muda, Hazel. Ela nos revela. 
Pág. 259

Tá, talvez eu não seja um escritor tão de merda assim. Mas não consigo organizar minhas ideias, Van Houten. Meus pensamentos são estrelas que eu não consigo arrumar em constelações. 
Pág. 281 
  

E aí, gostou da resenha de hoje? Deixe um comentário e me deixe saber o que você achou do livro! Tem alguma ideia de livro para eu resenhar? Me conta!

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